Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
https://www.eanjournal.org/article/doi/10.1590/2177-9465-EAN-2024-0072en
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem
Research

Descriptive analysis of cervical cytology coverage in Brazil: a study from 2018 to 2023

Análisis descriptivo de la cobertura de citología cervical en Brasil: in estudio de 2018 a 2023

Análise descritiva do indicador de cobertura do exame de citopatológico no Brasil: um estudo de 2018 a 2023

Laura Bassoli Baldiotti Benício; João Gabriel dos Santos; Natália Maria Vieira Pereira Caldeira; Lise Maria Carvalho Mendes; Fábio da Costa Carbogim; Flávia Azevedo Gomes-Sponholz; Thaís de Oliveira Gozzo; Nayara Gonçalves Barbosa

Downloads: 0
Views: 188

Abstract

Objectives: To analyze the coverage of the indicator “proportion of women undergoing cervical cytology collection” in Primary Health Care within the Previne Brasil program.

Method: Ecological study based on publicly available data regarding the proportion of women who underwent cervical cytology collection in primary health care across different regions of Brazil from 2018 to 2023. Descriptive statistical analysis was performed using relative and absolute frequencies with R software.

Results: Cervical cytology coverage in Brazil increased from 10% to 27% during the study period across all regions. The South and Northeast regions showed coverage rates above the national average. Coverage increased in 2018 and 2019, followed by a decline during the pandemic, with recovery observed in 2021.

Conclusion and implications to practice: Despite the increase in coverage from 2018 to 2023, the 40% target was not achieved. The current screening model seems insufficient to reach women in the recommended age group. Differentiated actions, including financing strategies, are needed to enhance team productivity and improve service quality.

Keywords

Primary Health Care; Cervical Cancer; Human Papillomavirus; Screening Programs; Pap Smear Test  

Resumen

Objetivos: Analizar la cobertura del indicador “proporción de mujeres que se someten a la recolección de citología cervical” en la Atención Primaria de Salud en el marco del programa Previne Brasil.

Método: Estudio ecológico basado en datos públicos sobre la proporción de mujeres que realizaron la recolección de citología cervical en la atención primaria de salud en diferentes regiones de Brasil entre 2018 y 2023. Se realizó un análisis estadístico descriptivo utilizando frecuencias relativas y absolutas con el software R.

Resultados: La cobertura de citología cervical en Brasil aumentó del 10% al 27% durante el período estudiado en todas las regiones. Las regiones Sur y Nordeste mostraron tasas de cobertura superiores a la media nacional. La cobertura creció en 2018 y 2019, seguida de una disminución durante la pandemia, con recuperación observada en 2021.

Conclusión e implicaciones a la práctica: A pesar del aumento en la cobertura entre 2018 y 2023, no se alcanzó la meta del 40%. El modelo de detección actual parece insuficiente para llegar a las mujeres en el grupo de edad recomendado. Se necesitan acciones diferenciadas, incluidas estrategias de financiamiento, para mejorar la productividad de los equipos y la calidad de los servicios.

Palabras clave

Atención Primaria de Salud; Cáncer de Cuello Uterino; Virus del Papiloma Humano; Programas de Detección; Prueba de Papanicolaou

Resumo

Objetivos: Analisar a cobertura do indicador “proporção de mulheres com coleta de citopatológico” na Atenção Primária à Saúde no âmbito do programa Previne Brasil.

Método: Estudo ecológico baseado em dados de acesso público, sobre a proporção de mulheres que realizaram coleta de citopatológico na atenção primária, nas diferentes regiões do Brasil, no período de 2018 a 2023. Foi realizada análise estatística descritiva com frequência relativa e absoluta no software R.

Resultados: A cobertura de coleta de citopatológico no Brasil aumentou de 10% para 27% no período analisado, em todas as regiões. As regiões Sul e Nordeste apresentaram índices superiores à média nacional. Observou-se crescimento na cobertura em 2018 e 2019, seguido por uma queda durante a pandemia, com retomada em 2021.

Conclusão e implicações para a prática: Apesar do aumento na cobertura entre 2018 e 2023, a meta de 40% não foi alcançada. O modelo de rastreamento atual parece não abranger adequadamente as mulheres na faixa etária recomendada. São necessárias ações diferenciadas, incluindo estratégias de financiamento, para aumentar a produtividade das equipes e melhorar a qualidade dos serviços.

Palavras-chave

Atenção Primária à Saúde; Câncer de Colo do Útero; Papilomavírus Humano; Programas de Rastreamento; Teste de Papanicolau

Referencias

1 Bruni L, Albero G, Serrano B, Mena M, Collado JJ, Gómez D et al. ICO/IARC Information Centre on HPV and Cancer (HPV Information Centre). Human Papillomavirus and Related Diseases in the World [Internet]. 2023 [citado 2024 out 5]. Disponível em: https://hpvcentre.net/statistics/reports/XWX.pdf.

2 Lemp JM, De Neve JW, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M et al. Lifetime prevalence of cervical cancer screening in 55 low- and middle-income countries. JAMA. 2020;324(15):1532-42. http://doi.org/10.1001/jama.2020.16244. PMid:33079153.

3 Organización Panamericana de la Salud. Síntesis de evidencia y recomendaciones: directriz para el tamizaje, la detección y el tratamiento del cáncer de cuello uterino. Rev Panam Salud Publica. 2023;47:e72. http://doi.org/10.26633/RPSP.2023.72.

4 Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2023. Incidência do câncer no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2020 [citado 2024 out 6]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2023.pdf

5 Ferrari YAC, de Jesus CVF, Batista JFC, da Silva BEB, Cavalcante AB, Lima CA. Tendência secular de mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil e regiões. Cien Saude Colet [Internet]. 2024 [citado 2024 out 7]. Disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/tendencia-secular-de-mortalidade-por-cancer-do-colo-do-utero-no-brasil-e-regioes/19051?id=19051

6 Perkins RB, Wentzensen N, Guido RS, Schiffman M. Cervical cancer screening: a review. JAMA. 2023;330(6):547-58. http://doi.org/10.1001/jama.2023.13174. PMid:37552298.

7 Casas CPR, Albuquerque RCR, de, Loureiro RB, Gollner AM, Freitas MG et al. Cervical cancer screening in low- and middle- income countries: a systematic review of economic evaluation studies. Clinics (São Paulo). 2022;77:100080. http://doi.org/10.1016/j.clinsp.2022.100080. PMid:35905574.

8 Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2016 [citado 2024 out 7]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_para_o_rastreamento_do_cancer_do_colo_do_utero_2016_corrigido.pdf

9 Portaria SECTICS. Nº 3 de 7 de março de 2024 (BR). Torna pública a decisão de incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os testes moleculares para detecção de HPV oncogênico, por técnica de amplificação de ácido nucléico baseada em PCR, com genotipagem parcial ou estendida, validados analítica e clinicamente segundo critérios internacionais para o rastreamento do câncer de colo de útero em população de risco padrão e conforme as Diretrizes do Ministério da Saúde. Diário Oficial da União [periódico na internet], Brasília (DF), 8 mar 2024 [citado 2024 out 8]. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-sectics/ms-n-3-de-7-de-marco-de-2024-547020584

10 Cerqueira RS, dos Santos HLPC, Prado NMBL, Bittencourt RG, Biscarde DGS, dos Santos AM. Controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos: revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica. 2022;46:e107. http://doi.org/10.26633/RPSP.2022.107. PMid:36016837.

11 Schönholzer TE, Zacharias FCM, Amaral GG, Fabriz LA, Silva BS, Pinto IC. Indicadores de desempenho da Atenção Primária do Programa Previne Brasil. Rev Lat Am Enfermagem. 2023;31:e4008.

12 Harzheim E. “Previne Brasil”: bases da reforma da Atenção Primária à Saúde. Cien Saude Colet. 2020;25(4):1189-96. http://doi.org/10.1590/1413-81232020254.01552020. PMid:32267421.

13 Portaria nº 3.493, de 10 de abril de 2024 (BR). Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, para instituir nova metodologia de cofinanciamento federal do Piso de Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União [periódico na internet], Brasília (DF), 10 abr 2024 [citado 2024 out 8]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2024/prt3493_11_04_2024.html.

14 Munnangi S, Boktor SW. Epidemiology of Study Design. StatPearls [periódico na internet]; 2023 [citado 2024 out 9]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470342/

15 Che W, Li YJ, Tsang CK, Wang Y, Chen Z, Wang X et al. How to use the surveillance, epidemiology, and end results (SEER) data: research design and methodology. Mil Med Res. 2023;10(1):50. http://doi.org/10.1186/s40779-023-00488-2. PMid:37899480.

16 Técnica N. Nº 16 de 11 de julho de 2022 Brasil (BR). Proporção de mulheres com coleta de citopatológico na Atenção Primária à Saúde. Diário Oficial da União [periódico na internet], Brasília (DF), 11 jun 2022 [citado 2024 out 9]. Disponível em: https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2022/02/SEI_MS-0027966530-Nota-Tecnica-16.pdf

17 Portaria GM/MS Nº 102, de 20 de Janeiro de 2022 (BR). Altera a Portaria GM/MS nº 3.222, de 10 de dezembro de 2019, que dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho, no âmbito do Programa Previne Brasil. Diário Oficial da União [periódico na internet], Brasília (DF), 20 jan 2022 [citado 2024 out 10]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2022/prt0102_21_01_2022.html

18 Silva GA, Alcantara LLM, Tomazelli JG, Ribeiro CM, Girianelli VR, Santos EC et al. Avaliação das ações de controle do câncer de colo do útero no Brasil e regiões a partir dos dados registrados no Sistema Único de Saúde. Cad Saude Publica. 2022;38(7):e00041722. http://doi.org/10.1590/0102-311xpt041722. PMid:35894365.

19 Schäfer AA, Santos LP, Miranda VIA, Tomasi CD, Soratto J, Quadra MR et al. Desigualdades regionais e sociais na realização de mamografia e exame citopatológico nas capitais brasileiras em 2019: estudo transversal. Epidemiol Serv Saude. 2021;30(4):e2021172. http://doi.org/10.1590/s1679-49742021000400016. PMid:34816891.

20 Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PFD, Santos AMD. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. http://doi.org/10.1590/0102-311x00234618. PMid:31596403.

21 Nunes RGO, Pilger CH, Trindade LR, Lipinski JM, Cherubim DO, Prates LA. Motivos que levam as mulheres a não retornarem para buscar o exame citopatológico. Contribuciones a Las Ciencias Sociales. 2024;17(1):9073-89. http://doi.org/10.55905/revconv.17n.1-548.

22 Nota Técnica DIDEPRE/CONPREV/INCA de 30 de março de 2020 Brasil (BR). Detecção precoce de câncer durante a pandemia de Covid-19. Instituto Nacional de Câncer [periódico na internet], Rio de Janeiro (RJ), 30 mar 2020 [citado 2024 out 11]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//nota_tecnica_deteccao_precoce_covid_marco_2020.pdf

23 Castanon A, Rebolj M, Pesola F, Pearmain P, Stubbs R. COVID-19 disruption to cervical cancer screening in England. J Med Screen. 2022;29(3):203-8. http://doi.org/10.1177/09691413221090892. PMid:35369792.

24 Bakouny Z, Paciotti M, Schmidt AL, Lipsitz SR, Choueiri TK, Trinh QD. Cancer screening tests and cancer diagnoses during the COVID-19 pandemic. JAMA Oncol. 2021;7(3):458-60. http://doi.org/10.1001/jamaoncol.2020.7600. PMid:33443549.

25 Meggetto O, Jembere N, Gao J, Walker M, Rey M, Rabeneck L et al. The impact of the COVID‐19 pandemic on the Ontario Cervical Screening Program, colposcopy and treatment services in Ontario, Canada: a population‐based study. BJOG. 2021;128(9):1503-10. http://doi.org/10.1111/1471-0528.16741. PMid:33982870.

26 Feletto E, Grogan P, Nickson C, Canfell K. How has COVID-19 impacted cancer screening? Adaptation of services and the future outlook in Australia. Public Health Res Pract. 2020;30(4):1-5. http://doi.org/10.17061/phrp3042026. PMid:33294902.

27 Lin S, Gao K, Gu S, You L, Qian S, Tang M et al. Worldwide trends in cervical cancer incidence and mortality, with predictions for the next 15 years. Cancer. 2021;127(21):4030-9. http://doi.org/10.1002/cncr.33795. PMid:34368955.

28 Teixeira JC, Vale DB, Campos CS, Bragança JF, Discacciati MG, Zeferino LC. Organization of cervical cancer screening with DNA-HPV testing impact on early-stage cancer detection: a population-based demonstration study in a Brazilian city. Lancet Reg Health Am. 2021;5:100084. http://doi.org/10.1016/j.lana.2021.100084. PMid:36776450.

29 Lopes VAS, Ribeiro JM. Fatores limitadores e facilitadores para o controle do câncer de colo de útero: uma revisão de literatura. Ciênc. Cien Saude Colet. 2019;24(9):3431-42. http://doi.org/10.1590/1413-81232018249.32592017.

30 Harzheim E, D’Avila OP, Pedebos LA, Wollmann L, Costa LGM, Cunha CRH et al. Atenção primária à saúde para o século XXI: primeiros resultados do novo modelo de financiamento. Ciênc. Cien Saude Colet. 2022;27(2):609-17. http://doi.org/10.1590/1413-81232022272.20172021.

31 Silva DM, Noronha K, Andrade MV. Indicadores municipais da Atenção Primária à Saúde no Brasil: Desempenho e Estrutura no período 2020-2022. APS em Revista. 2023;5(2):65-72.
 


Submitted date:
29/07/2024

Accepted date:
27/12/2024

67b6370ba9539529db60ff34 ean Articles

Esc. Anna Nery

Share this page
Page Sections